viernes, 29 de febrero de 2008
la tecnología global te da opciones descubre las siete diferencias
la nave tiene cojines de algodón en ambos lados: redundancia: babor y estribor
núblase también esa placentera sensación de confort con la cual el capitán marcaba
en el tablero digital las coordenadas evitando que el barco encalle
toma cuerpo una cierta evanescencia purpúrea,
la nave podría tener grietas en ambos lados: redundancia: babor y estribor
toma cuerpo también la inquietante presencia del peligro que el capitán percibe
en el desmadre digital que inevitablemente produjo que el barco encalle
despedida en el desierto de la noche
ah la música, se me pasó, cómo pude olvidarlo, el repertorio estuvo excelente, disculpe, qué maleducado
y gracias por las frutas, soy tan olvidadizo, no estaban en su punto, pero es mejor así, ayuda a tomar conciencia de que lo perfecto es apenas una ilusión en esta vida
jueves, 28 de febrero de 2008
mara vacchetta boggino opina sobre retirar o no de los libros de estudio a halley mora
martes, 26 de febrero de 2008
Lacrimosa telenovela del Kurupícho lambareño contra el mundo
Ante la situación, y como no era la primera vez que Cristino Bogado hacía este tipo de omisiones conmigo, le reclamo vía mail, mediante el siguiente breve mensaje:
tengo que seguir creyendo que la omisión es pura casualidad,
o hay un trauma no resuelto ahí,
qué pió pasó esta vez,
nos vemos.
j
el libro sale en baires
sera la primera vez ke te publikan en baires (2)
y gracias a mi (3)
asi ke deja de joder
si lei tu texto solemne resentido (4)
proakademizante
estadistiko
sin humor ninguno en tu blog
sobre la kapital... (5)
corte algunas partes (6)
porke el cyber donde laburo es malo
pero no kiere decir
ke te saka del
libro (7)
tranki si lo ke me interesaba
mover
porke
agora toy linkeado en un portal kurepa importante
era
el rpologo
y alli estas viejo..
yendo a otra cosa
ppragmatika
decime llegaste a sakar
segunda edicion
o reedicion
con prologo de doctor Tudela (8)
tu novelita guai
sabes porke
me piden narrativa
paraguay
jakembotiana
me falta el tuyo (9)
loko!!
avisame
urgente eso
a ver komo lo resolvemos
tranki
fue
de repente
un error
(deliberado) (10)
cortar tus poemas
pero era de todos modos mui largo
lo retokare
tranki
pero me fastidio tu post-anti colamn gutierrz...
lo arreglo en dos minutos
si el cyber es bueno
falo
cara
xtino
PD. yo no tengo lios psicoanalitikos asi ke no te preokupes mis unikos lios son monetarios, no pasa nada
lapsus
antimontesinesko!
fijate agora en el post
xtino
j
viejo
ahora (1)
hiciste una mala jugada
no pensaste tu segundo movimeinto
estas
fuera
por
la cursileria
actual
no hay humor en tus post
ademas es pura utopromocion
autoindulgente
ridícula (2)
ahhh
ultima hora
no es nada
no signifika nada
es la depresion de 2 ñatytos apenas
no pagan no les kalienta nada
es relleno
de stablishment
es
fodase! (3)
así de simple
j
yo siempre estoi aut
fuera
out vivo
asi ke
no calienta eso
un lapsus
lo komete cualkiera (1)
eso si cuando peleo lo hago a muerte
verbigratia
el pombero peninsular Tudela
kien lo trajo a asu
y ahora me desprecie
kien
pues
el fuera d eonda
kien sera
muito loko
para eso
asi montesino
a vos te puedo mandar al carajo si kiero sin korte
sin emocionalidad alguna
tranki
nomas
se ke todos estos
el ambiente sobre nosotros
alterados irascibles
pero
si chokamos hay ke chokas
sin lamentaciones
la cosa se decide en uns egundo
como en un juego
falo
xtino
PD: somos d es de hoy de bandos contrarios...de repente será para mejor. Guay las bombas sobre tierras guai!
(1) Lo que llama lapsus resulta que ya fue admitido como recorte deliberado hace ya rato en esta misma novela y por este mismo canal.
domingo, 24 de febrero de 2008
¿y a qué vienen las fechas mario?
El enfrentamiento de lo que es justo y justo.
1975 Una tragedia se puede resolver de una manera
shakesperiana, en la cual la justicia poética
flota sobre una tribuna llena de cadáveres.
En la conclusión de una tragedia de Chejov, todos están
melancólicos, desilusionados, destrozados, con el corazón
roto, pero vivos. Jean Claude Carriere: el gran drama ocurre
entre dos fuerzas igualmente importantes y poderosas.
Si el poder está nada más de un lado, no existe drama.
El escritor como el detector de humo del lenguaje.
Recordar: la fábula de Kierkegäard sobre un actor
que gritó “fuego” en el escenario y todo el público
aplaudió y exclamó “bravo”. Eso ocurre algunas veces,
y sin embargo, cuando el lenguaje se posiciona
la urgencia y el deber de gritar, se unen para siempre.
el brasiguayo o portunhol selvagem en el prólogo a “mar paraguayo” de wilson bueno
el prólogo a la novela mar paraguayo del escritor paranaense wilson bueno, néstor perlongher desarrolla bajo el sugestivo título de sopa paraguaya, una serie de apreciaciones sobre la lengua que está siendo inventada a medida que el texto avanza. estas apreciaciones son de gran utilidad en este momento en que, 15 años después se inicia un nuevo debate de los tantos que cíclicamente se producen, acerca del fenómeno
he aquí la transcripción del mencionado prólogo. de nada
SOPA PARAGUAIA
Por Néstor Perlongher
A publicação de Mar Paraguayo, de Wilson Bueno, coloca-nos diante de um acontecimento. Os acontecimentos costuman chegar em silencio, quase imperceptíveis, somente os mais avisados os detectam. Mas, uma vez que se instalam, que tomam lugar, é como se esse lugar lhes tivesse sido destinado desde sempre. Tudo parece igual, porém, de uma maneira sutil, tudo se modificou. O acontecimento provocou uma alteração nos hábitos rotineiros, acaso nos ritmos cósmicos; uma perturbação que tem um não sei que de irreversível, de definitivo.
Neste caso o acontecimento passa pela invenção de uma língua. A imitação e a invenção representam, diria Gabriel Tarde, grandes paixões (práticas) dos homens. Será que foi realmente Wilson Bueno quem “inventou” o portunhol (um portunhol malhado de guarani, que realiza por debaixo, na medula palpitante da língua, aquilo que o poeta argentino —ou, melhor, correntino— Francisco Madariaga invocava do alto de um úmido surrealismo luxurioso: gaúcho-beduíno-afro-hispano-guaraní); ou, do seu altazor artístico, ele o pegou, o foi tomando de um ou outro trecho de conversa, banal, boba, com a cuia na mão e a “china” (ou a gringa...) passando o chimarrão, em cadeirinhas de palha, no quintal atrás da cozinha. Ele o foi pegando em português e em espanhol (onde tem o sentido de “colar”), foi deixando que entrasse por um ouvido sem que pudesse sair pelo outro. Embora pareça surpreendente, Wilson Bueno tem algo de Manuel Puig (porque a sua escritura se baseia na conversa, ela joga conversa fora), e também algo de cronista, pois recolhe um modo de falar bastante difundido: praticamente todos os hispano-americanos residentes no Brasil usam os inconstantes, precários, volúveis achados da mistura de línguas para se expressar.
Essa mistura tão imbricada não se estrutura como um código predeterminado de significação: quase diríamos que ela não mantém fidelidade exceto a seu próprio capricho, desvio ou erro.
O efeito do portunhol é imediatamente poético. Há entre as duas línguas um vacilo. Uma tensão, uma oscilação permanente: uma é ou “erro” da outra, seu devir possível, incerto e improvável. Um singular fascínio advém desse entrecruzamento de “desvios” (como diria um lingüista preso à lei). Não há lei: há uma gramática mas é uma gramática sem lei; há uma certa ortografia, mas é uma ortografia errática: chuva e lluvia (grafadas de ambas as maneiras) podem coexistir no mesmo parágrafo, só para mencionar um dos incontáveis exemplos.
Mescla aberrante, Mar paraguayo tem algo de sopa paraguaia. Tal prato não bóia, como poderia-se supor, na água do caldo: é uma espécie sui generis de omelete ou empanada. As ondas desse Mar são titubeantes: não se sabe para onde vão, carecem de porto ou roteiro, tudo bóia, como numa suspensão barroca, entre a prosa e a poesia, entre o devir animal e o devir mulher.
Em toda a extensão do frondoso Mar paraguayo —associável a um poema épico-escolar: “incomensurável, aberto e misterioso a seus pés”, do romântico rio-platense Esteban Echeverría— a poesia nos espia, pula sobre nosso colo como um cachorrinho —o microscópico Brinks— ora brincalhão, ora feroz. Poesia do acaso: ela sai, criticariam adustos escribas, como que casualmente, não há determinação na indeterminação.. cabe lembrar, por exemplo, que em espanhol sin, ao invés de “sim”, quer dizer “sem”, com o qual se retira da afirmação a sua existência. Algo infinitamente cômico espreita do mesmo modo, na substituição de son (são) por san (santo).
A comicidade desenfreada, não provocada, mas filha “natural” do próprio amálgama lingual, é, ainda, outra marca deste inquietante texto. Experiência de vanguarda, cabe compara-lo, talvez, ao Catatau de Paulo Leminski (significativamente, também paranaense) e, mais além, mais ousadamente, a Larva de Julián Rios: todos eles brincam com a língua, inventando ou reinventando-a. Mas se em Catatau há um fundo de alta cultura, que, a despeito dos desmoronamentos, destruições e reconstruções, impregna o subtexto, no livro de Bueno esse fundo é cômico (um riso patético, desgarrado), é a tragicomédia das misérias cotidianas encarnada nos deslizes dos idiomas, um que de telenovela trágica que caba mal ou não acaba... Claro que tudo dotado de maior densidade, espessa: pode até soar divertido, mas não se trata de nenhum divertimento.
O mérito de Mar Paraguayo reside exatamente nesse trabalho microscópico, molecular, nesse ente-línguas (ou entre-ríos) a cavalo, nessa interminaçao que passa a funcionar como uma espécie de língua menor (diriam Deleuze e Guatari), que mina a impostada majestosidade das línguas maiores, com relação às quais ela vaga, como que sem querer, sem sistema, completamente intempestiva e surpreendente, como a boa poesia, a que não se quer previsível. E como o kilométrico caochorrinho da marafona guaratubense, que estica num kilométrico diminutivo (tomado, flor da terra, do guarani, cuja salpicada irrupção intensifica a temperatura poética do relato) a microscopia da sua grandeza, nos arrasta e seduz com o movimento da sua cauda bifurcada, como se fosse uma sereia fingindo ser manati, um manati fingindo ser sereia, e no fargulhar de escamas nos afogássemos, no êxtase iridescente deste mar vasto e profundo.
Por último, como ler Mar Paraguayo? Aqueles que tem obsessão pelo argumento (que existe, mas é tão indeciso e emaranhado quanto a matéria porosa que o compõe) e deixam de lado o elemento poético das evoluções e mutações da língua, perdarão o melhor, como esses leitores de romances melosos (mal) traduzidos que se contentam com o resumo mastigado. Mar paraguayo não é um romance para se contar por telefone.
São Paulo, setembro de 1992
Su obra poética publicada comprende seis libros: Austria-Hungría (Buenos Aires, Tierra Baldía, 1980), Alambres (Buenos Aires, Último Reino, 1987; Premio "Boris Vian" de Literatura Argentina), Hule (Buenos Aires, Último Reino, 1989), Parque Lezama (Buenos Aires, Sudamericana, 1990), Aguas aéreas (Buenos Aires, Último Reino, 1990) y El cuento de las iluminaciones (Caracas, Pequeña Venecia, 1992). Colaboró asiduamente en las revistas El Porteño, Alfonsina, Último Reino y Diario de Poesía. Preparó la antología Caribe transplantino. Poesía neobarroca cubana y rioplatense (San Pablo, Iluminuras, 1991), y publicó numerosos textos en prosa, entre los que se destacan El fantasma del SIDA (Buenos Aires, Puntosur, 1988) y La prostitución masculina (Buenos Aires,
Néstor Perlongher fue un escritor insaciable. Creó un estilo propio que apodó "neobarroso", en el que reunía contradictoriamente los bucles barrocos y el barro del Plata: es decir, él mismo... la figura de Néstor Perlongher se fue agigantando de un modo tal que a esta altura aparece como una de las voces más necesarias de la última poesía argentina. Néstor Perlongher murió de SIDA en San Pablo, el 26 de noviembre de 1992.
de cómo un inocente dibujo te puede cambiar el sabor de la sopa
pero al fin el texto, que fue titulado mario halley mora anduvo por ahí, se editó con una ilustración en la que aparece el rostro del autor denostado, dibujado por una pluma de trazos amables que lo muestran sonriendo como un buen abuelo. la ilustración contradice la intención del autor del artículo. el ataque textual termina siendo, por imperio de la imagen, un artículo de difusión del autor atacado.
¿puede tratarse de un simple error? ¿hubo intención editorial de retocar lo dicho por bareiro saguier a través de la imagen? imaginen el mismo artículo con una fotografía de halley mora en su oficina de director del diario patria con la foto de stroessner al fondo. la lectura hubiese sido rotundamente diferente y el gusto de la sopa, otro.
jueves, 21 de febrero de 2008
qué cosas me trae esta danza aérea
en secreto los síntomas
lunes, 18 de febrero de 2008
julio carrasco : coincidencias
hace un buen tiempo que no tengo comunicación con julio carrasco (santiago de chile, 1969). de él me ha quedado, además de su amena charla y los intercambios, un libro que, por coincidencia fue presentado el 29 de febrero de 1996, el mismo día que yo presentaba mi malúrinvé. Yo no sabía de su evento, pero él, al enterarse de mi lanzamiento y de la celebración de los primeros cuatro años de editorial el augur, fiesta que se llevaba a cabo en el centro cultural de españa juan de Salazar, llegó a saludar. allí nos conocimos y allí conversamos por primera vez. han pasado doce años de aquel día y sus poemas se mantienen tan frescos como el mar que alberga a sus tiburones (en la foto cuando vino a saludar aquel 29 de febrero de 1996 en el juan de salazar de asunción):
el tiburón dialéctico
Había una vez un tiburón que era muy
dialéctico y que por esa razón era
tenido en menos por las tiburonas
que al escuchar sus proposiciones de
amor decían:
No, eres demasiado dialéctico.
No hallando qué hacer con su dialéctica
este tiburón decidió un buen día
comerse a sí mismo,
pues tenía un apetito voraz.
Así que afiló sus dientes y se mordió
un ojo, pero un pez pega que pasaba
por ahí le dijo:
Si te comes a ti mismo la
dialéctica acabará consumiéndote.
domingo, 17 de febrero de 2008
los pies sobre la tierra floja: la historia, las opiniones y una breve muestra
LOS COMENTARIOS
ESE OTRO MUNDO QUE ES
Este libro puede ser leído tal como nos plantea su autor, como un álbum lleno de imágenes de un “otro mundo”, perdido en los laberintos donde la memoria y los recuerdos se desdibujan.
Por eso creo encontrar un tono entre nostálgico y emotivo en este reencuentro. Esos recuerdos se van reencontrando y redibujando en potentes imágenes que, como el hilo de Ariadna, nos guían en este laberinto donde las emociones despiertan a ese otro mundo, el lugar del pasado, de la infancia.
Podemos leer entonces el recorrido del camino desde y hacia las raíces, de la identidad, en una serie de estampas, impresiones, llenas de colores, olores, sabores…
En el Pre-texto el mismo autor hace una síntesis del origen de este libro, y hace referencia a tres aspectos que son una clave para su lectura: la sensorialidad de las emociones, los hechos minúsculos, y la palabra que los hace presentes, que los rescata y con la que los comparte.
Cada una de las tres partes de este libro mantiene este hilo conductor.
Cada una de las partes del libro puede ser leída como una etapa en este reencuentro con el pasado y con la identidad.
Los textos brevísimos de la primera parte retoman el título del libro, la tierra floja, metáfora sobre la ausencia de huellas, y el amor como motivación para el inicio de este camino. El amor aparece como una experiencia de luz, de aire, de fuego, de agua, inasible y sin embargo pleno. En algún momento es una experiencia cercana a la muerte, si pudiéramos recordarla. Hay en estos poemas un estado de quietud plena, un primer acercamiento a ese otro mundo, donde las huellas que no están son el primer motivo de la búsqueda, y son, justamente por eso, imborrables.
La segunda parte, la parte central de este libro, compuesta por veinticuatro textos, que son veinticuatro imágenes que van recobrando a partir de las emociones y los sentidos, a partir de lo diminuto, de las pequeñas cosas y hechos cotidianos, van recobrando, decía, los recuerdos de una infancia guardada en la memoria, y rescatan de ese otro mundo una identidad propia.
Aquí el tiempo aparece detenido, se desdibuja, se diluye, deja de existir. Los lugares que se recorren son los que han dejado su huella, el campo, el río, la escuela, el puerto. Y aunque no los nombra, nosotros, sus lectores de aquí, encontramos fácilmente la referencia de cada lugar, y reconocemos las propias experiencias en las experiencias retratadas. Porque ese otro mundo y ese otro tiempo se transforma en un espacio-tiempo mítico en el que podemos sentir que ese recuerdo es compartido.
La palabra se hace insuficiente, plantea el desafío de expresar, y por eso, deliberadamente, aparece forzada, vulnerada, exigida para darle forma y cuerpo a aquella emoción recobrada.
En la tercera parte, Un minuto con padre, con textos más extensos, más densos, el trabajo sigue siendo con los recuerdos. Son textos que plantean a partir del sueño, la magia onírica del reencuentro. Aquí los límites se desvanecen, aprisionan y liberan, luchan, se enfrentan y se recobran. El tiempo se anula. El carácter onírico del texto le permite plantear un juego que muestra y a la vez oculta, que despierta la inquietud, el no estarse quieto, y a la vez la inmovilidad.
De modo que el recorrido efectuado, desde la quietud elemental del principio, a esta otra quietud, más cargada de densidades y texturas, es un camino desde un estado contemplativo, donde la imagen despierta el recuerdo, la emoción y los sentidos, a un estado de movimiento interior, donde es la propia emoción, en estado puro, la que invoca el recuerdo, busca la imagen y la conjura.
Terminamos de leer Los pies sobre la tierra floja, y nos encontramos que nosotros hemos recorrido ese mismo camino, que hemos recobrado imágenes del pasado, que ya dejaron de ser las de Jorge Montesino, del puerto del Concepción del Uruguay, de
Hoy, nadie parece creer tanto en la poesía como Jorge Montesino. En doce años de Asunción, entregó al país cuatro libros de rara calidad poética, tiene algunos curiosos inéditos en la gaveta y es el idealizador/organizador del espléndido Encuentro Internacional “Poetas en
Montesino es más que un hombre de letras común, conforme con su tiempo, acomodado en su gabinete. Él duerme y se levanta con la poesía. Nunca vi un poeta que viviese tanto para la poesía. Desayuna poesía. Atraviesa la mañana con la poesía. Se alimenta de la poesía que hay en la crema. Almuerza poesía. Cena poesía. Corre todos los riesgos para vivir la poesía de su tiempo.
Una de las cosas que también admiro en Montesino es que para él la poesía no es un oficio, una profesión, es más que eso. Es algo más sagrado que una profesión. Algo como el aire. Algo vital. Algo necesario para la salud del cuerpo y del espíritu. Algo orgánico, vivo, como bosta de elefante. En el ámbito del Paraguay contemporáneo, Jorge Montesino, juntamente con Sonia Tiranti, Cristino Bogado y Montserrat Álvarez entre otros, pertenece a un fenómeno raro de una cierta novísima literatura paraguaya que, con un fuego nuevo, chamanístico, erótico, experimental, indignado, lúcido, tierno y feroz, viene incendiando la placidez del paisaje, la comodidad neocolonizada y el conformismo literario de un país que, según declaró Augusto Roa Bastos a un periodista mexicano recientemente no existe más… En realidad no estoy seguro de que el Brasil todavía exista, ni siquiera de que el mundo aún siga existiendo… Pero creo firmemente que la poesía de Jorge Montesino sí existe, y que el nacimiento de esa poesía se dio en el Paraguay, o mejor, en la capital del Paraguay, en el centro neuroparanoico mismo del país.
En Asunción, Montesino recibió incluso dos importantes premios por su primer libro Rojo de Vapor y otros poemas, una perturbadora maquina rara de “canjear ruidos por incertidumbres”. El libro fue presentado por el crítico literario Jorge Aiguadé y Miguel Ángel Fernández, dos de los pocos en constatar la salud de Rojo de Vapor y su importancia para la literatura paraguaya de “ninguna parte”, que ciertamente nunca será la literatura oficial del país, que existe y no existe al mismo tiempo…
Después Montesino edita una de las mejores revistas de poesía hechas en Paraguay. Me refiero a la experiencia de los trece números de El Augur, una revista que me llamó la atención tanto por su calidad gráfica como por la calidad de los textos que Montesino publicaba. En esa revista podíamos leer textos de Jorge Canese, Olga Zamboni, Miguel Chase-Sardi, Edgardo Cordeu, Lilian Sosa, Félix Álvarez, Arturo Fleitas, Mara Vacchetta Boggino, Olga Orozco, Susana Villalba, Jesús Ruiz Nestosa, Marcelo Leites, Néstor Perlongher, Rafael Courtoisie, Wilson Bueno, Hernán Jaeggi, Beatriz Escalante, Sonia Tiranti, Douglas K. Currier y muchos autores interesantes entre los que recuerdo especialmente un bello ensayo de Luis Felipe Noé sobre James Joyce. Recuerdo que al descubrir El Augur quedé feliz con la sorpresa de una banda de jóvenes escritores que hacían una literatura con esperma, o sea de muy buena calidad, sobre todo porque de este lado de la frontera prácticamente nadie los conocía. Un día fui convidado a visitar Asunción y telefoneé a Jorge Montesino. Marcamos un encuentro. Montesino me atendió muy amablemente pues es una persona muy simpática. En esa época se estaba recuperando de un accidente automovilístico. Después comimos juntos y él me obsequió Rojo de Vapor y quedamos amigos.
Años después, en otra visita que hice al poeta Jorge Montesino, me presentó Malúrinvé, su segundo libro, y más tarde, en otra oportunidad,
Con su ojo chamánico Montesino pasea entre las cosas insignificantes, diminutas, y escribe un libro que parece haber sido escrito con el ojo, un ojo lúcido, que no vendió su alma ni sus utopías. Un ojo que escribe con imágenes, un ojo que piensa, que respira, que delira, “aquí están los hechos minúsculos, aquello de la vida a lo que, generalmente, no le prestamos mayor atención”, nos dice el ojo, y resuelve su poema, porque un poeta, como dice Ungaretti, resuelve su problema proponiéndonos una poética.
Y es esto lo que nos propone Jorge Montesino con esos textos “dedicados a lo diminuto”. Una poética suya de lo diminuto, de lo precario, de lo inacabado, de los pies sobre la tierra floja. Una poesía de la precariedad de la condición humana, de la precariedad de las máscaras, porque “apoyar así los pies sobre la tierra floja / (de un animal informe el lomo) / es un hecho mínimo / en la historia del hombre / un hecho más o menos de esta altura”.
Somos los humanos absolutamente insignificantes, pero algunas veces nos olvidamos de eso. Olvidamos nuestro origen de tierra, de barro, de agua, de arena. Nuestro origen de polvo y sueño. Olvidamos que fuimos cosas más insignificantes todavía. Olvidamos nuestro parentesco con las ranas, con los insectos que las ranas comen, con las liendres, porque todo es precario en este mundo de cosas insignificantes, porque todo es insignificante en este mundo circular en el que nacemos, envejecemos, enfermamos y al fin morimos. Porque casi siempre olvidamos nuestro origen de tierra floja y de aire. Eso nos enseña la sabiduría del fuego de Los Pies sobre
No he hablado aún sobre las formas que Montesino inventa para plasmar su poema en la página, ni del modo como el poeta valoriza el papel que usa para escribir… Eso tiene que ver con su espléndida energía que no alcanza a acomodarse en formas neocolonizadas, definidas, consagradas. Está buscando siempre lo indefinido de la forma, fenómeno que podemos apreciar con claridad en la segunda parte: Mucho más suabe, mucho más buelo. Esa búsqueda de formas imprevistas, desconocidas tal como experimenta en la segunda parte es harto saludable para la poesía contemporánea del Paraguay y del mundo entero. Las formas que Montesino testea (porque él está siempre experimentando y descubriendo nuevas formas), revelan un inconformismo esencial, una manera de dar lo mejor de sí a la poesía.
Juan L. Ortiz, uno de los mayores poetas de
Debo decir que Montesino, además de fenómeno raro en el ámbito de la literatura paraguaya de este comienzo de milenio, es uno de los maestros de su generación, por el estímulo constante a los más jóvenes, por el permanente rechazo a la neocolonización poética y por su fuego verbal indígena-argentino-paraguayo, que puede incendiar un paisaje.
No hablé de muchas otras cosas, y no voy a hablar porque no quiero traicionar la poesía de Jorge Montesino con explicaciones y análisis literarios, porque explicar un poema, algunas veces es como traicionarlo. Si los poemas tuvieran que explicarse, tal vez no se necesitaría escribirlos. No se puede explicar un poema, apenas se puede leerlo. Todas las explicaciones son nada más que formas de lectura y yo prefiero dejar que la “tierra floja” de la que están hechos los poemas de este libro y el fuego de la palabra de Jorge Montesino ilumine un poco nuestra precaria condición humana.
EL MANTO DEL FUEGO
Se forma un lago inmenso.
No sabría decir si la piel o el agua
o el temblor o el miedo,
pero estarse quietos
es mucho más que amar,
y la noche
y la lluvia
se abrazan y se sueltan cada tanto.
Y ese manto gris
que arropa las brasas,
blandura del fuego,
es como el quieto abrazo que deseas
cuando el fuego llama
sus llamas a silencio,
y la noche
y la lluvia
se abrazan y se sueltan cada tanto.
LOS PIES SOBRE LA TIERRA FLOJA
sobre la tierra floja
(de un animal informe el lomo)
es un hecho mínimo
en la historia de un hombre
un hecho más o menos
de esta altura.
Los dioses
caminan sobre las aguas
inventan
la historia del hombre
y no dejan huellas
sobre la tierra floja.
SÉ QUE DEBERÍA ESTAR MUERTO
Los puños y los pies hundidos en la tierna
madera de los muebles
perros hambrientos tras el vellocino de oro
y entre las manos
sobre el perfecto amor
las olas de tus ojos
dicen que estuve muerto
y que tu amor de mar me vuelve.
LA VIDA EN MÍ ES UN SOPLO
no hay tanta vida en mí como imaginas,
lanza los más pálidos
gritos del aire
la vida en mí es apenas un soplo
(lo sabes)
y acaba de perderse
en el aire
viernes, 15 de febrero de 2008
el viernes pasado salimos en úh
jueves, 14 de febrero de 2008
la estupidez reina en todo el mundo
no se puede creer : el colón cerrado hasta el 2010
miércoles, 13 de febrero de 2008
douglas diegues : los textos iniciales
Violino mbyá
Os índios tocam violinos de uma ou duas ou três cordas no meu sangue. Violino mbyá. O som desse violino me deixa acordado e alegre. Uma sabedoria de rio mora nesse violino. Ou uma sabedoria de amor. Depois escrevo. O som do violino vivifica meu coração como a neblina que começa a subir da terra no final da primavera. As palavras sem alma não conseguem caminhar como pássaro.
Original de Douglas Diegues
Violín mbyá
Los indios pulsan violines de una, de dos, o de tres cuerdas en mi sangre. Violín mbyá. El aullido de ese violín me deja despierto y alegre. Una sabiduría de río vive en ese violín. O una sabiduría de amor… Después escribo. El sonido del violín levanta mi corazón como la neblina que comienza a subir de la tierra hacia el final de la primavera. Las palabras no consiguen caminar como pájaro.
Traducción de Jorge Montesino
martes, 12 de febrero de 2008
historia universal de la infancia
algún secreto habrán dejado caer (capítulo 21)
es la hermana del niño sin edad y vuelven a la casa sin recordar de dónde: sí recuerdan que cambiaron revistas usadas por otras revistas usadas, las eligieron minuciosamente:
un nocturno por otro nocturno,
una fantasía por otra fantasía,
un bésame por otro bésame,
un intervalo por otro intervalo
se cruzan, de frente con el desgarbado, con sus firmes, estentóreos y amarillos pasos, la figura en acción del loco barrios, justo antes de alcanzar la esquina
el humo de la colilla, los labios quemados: el padre del niño sin edad se ha detenido algunas veces a convidarle un cigarrillo
camina desde el amanecer hasta la noche y luego se sienta en una piedra en la vereda de su casa, frente al surtidor público, a veces, a esa hora aún hay carros aguateros rezagados, con sus tanques de doscientos litros, con sus caballitos cansados, con sus perros y sus baldes de lata
su cara huesuda no se inmuta, es apenas un olvido entre el acto de juntar colillas y el acto de caminar a toda velocidad dando la vuelta tres mil diecisiete a la ciudad
para qué detenerse
la tierra acaso se detiene
sólo la noche deja en suspenso aquello que gira desesperadamente
ella se hace la muerta en plena calle, es la loca barrios, fabulosa coincidencia de apellidos. viene siempre de las casillas, siempre está viniendo y acostándose, atravesada, en medio de la calle interrumpiendo el tránsito de los camiones
es morena, flaca, joven, su pelo lacio está como tiene que estar: sucio y opaco — la madre del niño sin edad jamás le ha dado nada: ni comida, ni vestidos, ni cigarrillos: ella también fuma mucho
los dos parecen saber el secreto de las cosas que se mueven:
hay que detenerlos
algún secreto habrá dejado en la cerca vegetal del vivero
busca con los ojos, escucha atentamente, huele el aire, lo aspira, lo muerde, avanza hacia el borde de la calle de broza y se llena las manos con aquella tierra amarillenta
el niño mira pasar a los locos, los mira desde la puerta de su casa: primero es el amanecer, después es el sol, alzándose con furia a las once de la mañana:
algún secreto habrán dejado caer y andará por ahí
el niño sin edad lo intenta
quizás pueda encontrarlo y comienza a caminar alrededor de la casa
de cómo andrés colmán gutiérrez pretendió ser dueño de carro ajeno
Ese día 8 de diciembre, que cayó sábado, en el Correo Semanal, el escriba Andrés Colmán Gutiérrez publicó un artículo titulado EL PORTUÑOL SE INSTALA EN
Andrés Colmán Gutiérrez se subió al carro del portunhol selvagem como pionero y fundador, según Colmán Gutiérrez, Peiró dijo acerca de su novela: “en esta obra, por primera vez la literatura paraguaya se ocupa de reflejar una realidad que se ha ido incubando en toda la región de la frontera paraguayo-brasileña desde la segunda mitad del siglo veinte: la aparición del brasiguayo, personaje que se nutre con la cultura de los dos países y crea una nueva identidad, la de un mundo entre dos países.”
Sin pudor alguno, Colmán G. agrega de su propia autoría: “Hasta entonces lo que en la novela se me ocurrió bautizar como portuguarañol (la unión forzada del portugués, el guaraní y el español), se manejaba a un nivel puramente oral y marginal, y no encontraba eco ni en la poesía ni en la narrativa”. Cita luego como antecedentes el portuñol de Caetano Veloso y Gilberto Gil. La pretensión de Colmán Gutiérrez es temeraria, pues los antecedentes de estas mezclas de idiomas se abanican en infinidad de ejemplos y comienzan a verse en escritos desde principios del siglo XX.
La síntesis y conceptualización teórica y práctica de la mezcla de los tres idiomas es obra del paranaense Wilson Bueno en su novela Mar Paraguayo de 1992. Para la utilización del guaraní en ese texto, Bueno contó con la ayuda y el asesoramiento de Jorge Canese con quien consultaba periódicamente. Lo importante en esa mezcla era (ES) la potenciación poética de las lenguas que, unidas, resultan ser “una el yerro de la otra”, tal como lo señala el escritor Néstor Perlongher (1949-1992) en el célebre prólogo de la novela titulado Sopa Paraguaya.
Los que vinimos después de esta importantísima obra, me incluyo porque trabajé en eso de la mezcla de lenguas y llegué a disertar sobre el tema en el Perhappiness 2003 en homenaje a Paulo Leminski, a instancias y gracias a Douglas Diegues y el propio Wilson Bueno; somos apenas empleados de ese laboratorio de lenguaje “trans-fronterizo” que trabaja en una forma de escritura que yo prefiero llamar “brasiguayo”, término que, en su vaguedad, es mucho más exacto y aceptado.
Andrés Colmán Gutiérrez no puede haber inventado lo que ya circulaba, dejémonos de estupideces, el sujeto en cuestión no inventó nada, no es pionero de nada, no bautizó nada, aunque la ignorancia, madre de la soberbia, haya provocado las afirmaciones de Colmán.
domingo, 10 de febrero de 2008
historia universal de la infancia
¿cómo fue a parar ese otro niño bajo el camión?, conjeturas ante la muerte: ¿de qué sirven si la madre levanta el cuerpo hecho trizas, blando, los huesos que ya no lo sostienen?
estábamos jugando
el hombre rubio, flaco, alto, de pelo lacio, de peinado con raya al costado, de apellido francés o suizo, el camionero de la otra esquina, el flaco, el que nunca discutía con nadie:
ya no tendrá nombre el niño muerto
ya no tendrá nombre el hombre rubio
el niño sin edad no puede ver al niño muerto
se sienta a su lado pero no hablan, es demasiado pequeño para entablar cualquier conversación y eso que hoy es lunes
estábamos jugando
ayer comimos bananas con dulce de leche porque era domingo
antes del postre hubo estofado de pollo
y mamá amasó tallarines
el niño muerto comió un pedazo de salamín, un cacho de queso de campo y un pan casero;
estábamos jugando
la tapa de latón de la botella de vino gira sobre las huellas de la burda rosca
el hueco del vaso recibe el líquido con un grito ahogado, la garganta del padre del niño muerto se resiste a los alimentos pero los hace correr con vino aunque las uvas son amargas y el tocino está rancio, la carne es desabrida y el queso tiene gusanos
la garganta del hombre rubio, flaco, alto se resiste al guiso de la comisaría, está sentado y mira a ninguna parte, los ojos azules vueltos hacia adentro no ven las rejas
momentos de asombro, ella, la madre, casi de rodillas, rasura el cuerpo entero del padre del niño muerto — él está de pie en una palangana con agua tibia y la deja hacer, hay un ritual que la lleva como si la arrastrara el viento: quiere volver a poseer la piel suave